É difícil lembrar da última vez que alguém fez um álbum como Born This Way. A sonoridade dele – uma mistura de techno industrial, europop e uma pesada influência de Bruce Springsteen – é, pra começar, incomum. E aí tem a questão do conteúdo – leis de imigração, morte, espiritualidade, prostituição, amor e estrelato – e o fato de que, num mundo onde artistas entram no estúdio e cantam qualquer coisa que seus agentes mandem, este é realmente um cd pop com a marca da sua cantora. Este realmente é um álbum peculiar, um conjunto de músicas descompromissado e destemido, que também foi feito para vender – e vai vender milhões de cópias.
A fase imperial de Lady Gaga começou em 2009, quando a sua gravadora pediu algumas faixas novas para inserir na edição de relançamento do “The Fame”. Sua resposta foi entregar o “The Fame Monster”, um cd independente, de 8 faixas. Para a capa do deluxe ela insistiu num outro ensaio com Hedi Slimane, uma foto gótica, em preto e branco de Gaga com uma peruca preta, sangrando por um olho. Era uma imagem chocante, porém bonita, mas o disco “Monster” não foi insensatez – trouxe “Bad Romance”, que a elevou para a estratosfera do pop. Para os olhos da mídia e de muitos fãs, seu reinado pop acabou em fevereiro desse ano, quando o single “Born This Way” não correspondeu às expectativas. Mas se por um lado Lady Gaga erra às vezes, ela também acerta de uma forma que as sombras que ela projeta no resto do pop parecem injustamente grande e negras demais.
A fase imperial de Lady Gaga começou em 2009, quando a sua gravadora pediu algumas faixas novas para inserir na edição de relançamento do “The Fame”. Sua resposta foi entregar o “The Fame Monster”, um cd independente, de 8 faixas. Para a capa do deluxe ela insistiu num outro ensaio com Hedi Slimane, uma foto gótica, em preto e branco de Gaga com uma peruca preta, sangrando por um olho. Era uma imagem chocante, porém bonita, mas o disco “Monster” não foi insensatez – trouxe “Bad Romance”, que a elevou para a estratosfera do pop. Para os olhos da mídia e de muitos fãs, seu reinado pop acabou em fevereiro desse ano, quando o single “Born This Way” não correspondeu às expectativas. Mas se por um lado Lady Gaga erra às vezes, ela também acerta de uma forma que as sombras que ela projeta no resto do pop parecem injustamente grande e negras demais.
Tirando a casca, as músicas estão todas em xeque. Há flashes de um talento extraordinário de Gaga, que tem só 25 e tinha apenas 23 quando escreveu e gravou algumas músicas do álbum. O som eufórico de “Edge of Glory”, inspirada pela morte do seu avô, é sobre o momento o momento logo após a morte em que você percebe que venceu na vida, e conta com o saxofonista da E Street Band, Clarence Clemons. Não é a única canção que acena para a história do pop. Desde audição da The Word em março, Brian May foi chamado para uma das músicas, enquanto que outra música ainda não estava disponível para ouvir (Yoü &I, uma balada que ela tem cantado ao vivo) pois Gaga ainda estava esperando pra que Mutt Lange a produzisse.
“Hair” é a segunda das três inspiradas por Bruce, que capturam o espírito estranho mas cativante do álbum. Os instrumentos conjuram uma atmosfera, que assim como a própria Gaga, parecem tanto autêntica como sintetizada. No refrão, Gaga canta: “This is my prayer, that i’ll die living Just as free as my hair”. Parece, a primeira ouvida, uma analogia muito simplista – lá vai Gaga e seu corte de cabelo ridículo – mas tudo funciona de uma forma tão esplêndida que é tudo que você precisa. Aí Gaga contextualiza isso com contos de sua infância de educação católica – corte de cabelo, regras e tudo mais – e a turbulenta música pop, escrita da perspectiva de uma adulta liberta, passa a soar como uma “It’s A Sin” da era digital. Pop não precisa ser explicado, é claro, e “Hair” também funciona como uma ridícula canção pop, mas é fantástico saber que é pop com conteúdo.
“Hair” é a segunda das três inspiradas por Bruce, que capturam o espírito estranho mas cativante do álbum. Os instrumentos conjuram uma atmosfera, que assim como a própria Gaga, parecem tanto autêntica como sintetizada. No refrão, Gaga canta: “This is my prayer, that i’ll die living Just as free as my hair”. Parece, a primeira ouvida, uma analogia muito simplista – lá vai Gaga e seu corte de cabelo ridículo – mas tudo funciona de uma forma tão esplêndida que é tudo que você precisa. Aí Gaga contextualiza isso com contos de sua infância de educação católica – corte de cabelo, regras e tudo mais – e a turbulenta música pop, escrita da perspectiva de uma adulta liberta, passa a soar como uma “It’s A Sin” da era digital. Pop não precisa ser explicado, é claro, e “Hair” também funciona como uma ridícula canção pop, mas é fantástico saber que é pop com conteúdo.
Lady Gaga está pensando em lançar nove singles desse álbum, uma idéia ambiciosa, mas dada a grandeza do material oferecido, não é uma idéia boba. O resultado final, é provável, será imperfeito – já faz um quarto de século desde que um solo de Brian May era um atrativo – mas já parece que Born This Way será um álbum pop marcante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário