Lady Gaga estava atrasada. Duas horas. Sua “entourage” não sabia mais o que fazer comigo. Já tinham me dado café e litros de água. Já tinham me indicado restaurantes legais de Miami, onde a entrevista foi marcada. Conversamos sobre bons shows que já tínhamos visto, sobre Coachella (o grande festival de música alternativa que estava para acontecer, na Califórnia, no fim-de-semana seguinte) e o próximo Rock in Rio. Preocupado com minha dieta – que me obriga a comer alguma coisa a cada três horas –, eu já tinha devorado uma salada de frutas. Já tinha checado a paisagem do décimo quinto andar do hotel onde esperávamos uma dez vezes. E nada de Lady Gaga.
Foi então que, não sem demonstrar uma certa resistência, a assessora direta dela perguntou se eu queria ouvir sua nova música, “Judas”. Isso, claro, foi antes de a canção vazar na internet, na última sexta-feira – e o mistério em torno dessa segunda faixa do novo álbum de Gaga, “Born This Way” era grande. Eu estava tão ansioso – não apenas para ouvir a música, mas também para entrevistá-la, que dei um pulo de onde estava sentado, e quase sem pensar agarrei o iTouch que tinha só uma coisa em sua memória multigiga: “Judas”.
Ouvi ávido – e quando a faixa terminou, no lugar de perguntar se eu tinha gostado, a tal assistente disse simplesmente: “Eu sei que você gostou”. Fiquei um pouco perplexo, porque, apesar de todo o entusiasmo, não dei muita indicação de que havia aprovado a música – tipo, não saí dançando com os fones de ouvido… Acho que estava sorrindo de leve, mas um sorriso que poderia ser interpretado quase que como um gesto de educação. Como então ela podia ter certeza de que eu havia gostado tanto? – eu perguntei.
Resposta: “You got goose bumps – you cannot fake it”. Em português: “Você ficou arrepiado – não tem como fingir isso”. Ela tinha razão! Desde os primeiros acordes da música, ou melhor, desde que ela entra com variações sobre o nome “Judas” – num recurso vocal que lembra de longe sua própria “Bad Romance” –, eu sabia que estava diante de mais um sucesso monstruoso! Menos de 48 horas depois desse episódio, o mundo inteiro já dançava ao som do refrão “Oh oh oh oh oh I’m in love with Judas”! E o resto é história.
Porém, mesmo depois de toda essa comoção, eu ainda esperei mais um bocado pela entrada (de fato) triunfal de Gaga no quarto da suíte. Quase três horas então depois do que estava marcado, ela chega vestida de prata, com um cabelo preso (de onde brotava um proeminente tufo loiro), maquiagem bastante pesada (como de hábito), especialmente pelos dois traços pretos que riscavam seus olhos, e um perfume que tomou conta do espaçoso ambiente em questão de segundos. Mas isso tudo eu só reparei depois de uns dois minutos olhando para ela – isso porque, de início, no momento em que ela entrou no recinto, a única coisa que sequestrou minha atenção era “aquilo” que ela tinha nos ombros.
“Aquilo” era uma protuberância que saía da ponta de seus braços, como um membro alienígena. Pense nas orelhas do Dr. Spock – do clássico seriado de TV “Jornadas nas estrelas”. Agora imagine aquilo saindo do ombro de uma pessoa. Era meio impressionante… Na (longa) conversa que tive com o pessoal da gravadora enquanto Gaga não chegava, alguém havia comentado que, só de maquiagem, eles tinham pago 12 mil dólares (por extenso, para não haver dúvidas: doze mil dólares!) para ela se preparar para a entrevista. Achei meio exagerado – mas quando vi ela chegando com “aquilo”, tudo fez sentido…
E esse não era o único – como posso chamar? – “aplique corporal” que ela tinha. Nas maçãs do rosto, ela ainda “usava” dois outros “relevos” que eram como pequenas lombadas em suas bochechas. O resultado era sensacional – mas para mim, que estava ali preocupado em fazer uma boa entrevista com ela para o “Fantástico”, o efeito geral foi um pouco perturbador.
Por sorte, depois de me cumprimentar com muita simpatia – dizendo inclusive que se lembrava de mim, da primeira vez em que conversamos (eu sempre desconfio quando um artista que já entrevistei fala isso para mim… será que ele ou ela lembra mesmo ou é apenas uma informação que o agente de imprensa desse artista passou para ela, como uma estratégia para agradar o jornalista que “veio de tão longe”?), enfim depois de me deixar bastante à vontade, ela pediu licença para se recompor (“freshen up”, foi a expressão que ela usou). Não entendi nada, pois achei que ela já estava prontíssima para a entrevista – mas aparentemente, ela ainda precisava de alguns retoques…
Livre finalmente da ansiedade, relaxei em frente à minha câmera (ela, claro, tinha uma exclusiva também) – e não tive que esperar nem cinco minutos (uma fração do tempo que já havia passado naquela suíte) para ter finalmente o prazer de conversar com Lady Gaga. E que prazer!
Estar ao lado dela não era exatamente uma novidade. Mas eu diria que aquele primeiro encontro, há um ano e meio, em Nova York, foi meio tímido. Ela vinha de uma série brutal de entrevistas (aquilo que, no “show business” chamamos de “junket”), e parecia cansada. Desta vez, ela tinha menos entrevistas para dar – e eu era o apenas o segundo jornalista que ela encontrava naquele dia! Sorte minha – porque ela “soltou o verbo”!
Não quero adiantar muita coisa – afinal, você vai conferir os melhores momento desse encontro em breve, no “Fantástico”. Mas o que eu posso dividir com você é que, mais uma vez, eu tive certeza de que estava diante de uma artista “de verdade”. E o que é isso? Bem, em vários momentos da existência deste blog eu já disse que, para mim, existem dois tipos de artista: aquelas com “A” (maiúsculo mesmo) e os outros com “a”. A diferença é simples: um se preocupa com sua arte – e o outro simplesmente sai fazendo o que é melhor para ter sucesso (e ganhar muito dinheiro). Preciso falar a qual grupo Lady Gaga pertence?
Esse aspecto “genuíno” da sua arte se manifesta de várias maneiras. Primeiro, nas pessoas que a cercam – a maioria delas, amigos e artistas com quem ela já circulava desde os tempos em que não era nada famosa, uma nota pé no circuito alternativo de Nova York. Certa de que eles são sua verdadeira fonte de inspiração criativa, ela sabiamente manteve todo mundo bem pertinho… Depois, tem a paixão com a qual ela fala de seu trabalho – de sua música. Para mim – a essa altura, com décadas de experiência em entrevista celebridades (sobretudo do universo do rock n’roll), é muito fácil detectar quem tem um discurso original – e geralmente apaixonado – sobre sua obra, e quem está apenas repetindo um release que aprendeu no seu “treinamento de mídia” (uma espécie de rito de passagem para qualquer artista contemporâneo). E novamente pergunto: preciso dizer a qual grupo Lady Gaga pertence?
A entrevista estava prevista para durar aqueles dez minutos protocolares – um padrão nesses encontros. Mas de repente, antes que um de seus assistentes assinalasse com os braços que meu tempo já estava terminando, ela diz algo como: “Estou gostando dessa conversa, vamos em frente” – e pronto: eu tinha um passe livre para continuar o bate papo! E aí que as coisas começaram a ficar realmente interessantes…
Ela começou a comentar seu novo álbum, faixa por faixa – começando por “Judas”. A letra – como qualquer fã dedicado já pode conferir na internet – é bastante provocadora. “Jesus é minha virtude, mas Judas é o demônio ao qual eu me agarro”, diz um de seus “inocentes” versos. Segundo ela, a cutucada é explícita: “Eu cresci numa formação católica onde eu não tinha uma figura forte feminina para quem rezar – a igreja sempre me pareceu um ‘clube de meninos’ e eu me incomodava com aquilo”. E seu protesto seguiu coerente, assinando com a revelação da “surpresa” que ela vai fazer no vídeo da música: Lady Gaga aparecerá de Maria Madalena!
Apenas mais uma estratégia para chocar – para chamar a atenção? Talvez. Mas, como tudo em Lady Gaga, ela não teria criado isso se não existisse uma honestidade pessoal – se ela não tivesse passado mesmo por esses questionamentos na sua criação religiosa. Cada faixa de “Born This Way”, me garantiu ela, tem essa profundidade. E para provar isso, Gaga citou outra música – sua favorita “do dia” (seu gosto, como ela me explicou, muda a toda hora): “Hair”. Essa canção tem a ver com o tempo em que ela estudava num colégio onde era obrigada a usar uniforme – algo que ela achava extremamente repressor. Sua única maneira de manifestar individualidade era através do cabelo. Como não havia regras para o penteado, ela aparecia cada semana com um mais enlouquecido que o outro – e driblava assim o esquema rígido na sala de aula.
“São de experiências pessoais assim que o disco é feito”, garante ela. “Nos meus dois primeiros trabalhos, eu estava olhando o ‘monstro da fama’ de longe, mas agora eu estou dentro dele – e a única maneira de dominar essa fera é buscando dentro de você histórias verdadeiras”, foi seu complemento quase no final da conversa (que já chegava a quase 20 minutos!). Eu queria mais, como sempre, mas, de tão encantado que estava, já me dava por muito satisfeito! (Quando você vir a entrevista no “Fantástico”, vai entender ainda melhor o que eu quero dizer…).
E depois disso, ainda teve o show – que foi, de fato, um dos melhores a que eu já assisti. (Em tempo, para quem me cobrou – e com razão – um comentário sobre a fulgurante passagem recente do U2 pelo Brasil, a explicação para meu silêncio é justamente essa: enquanto a banda tocava seu show extra naquela quarta-feira, a única noite, entre as que eles se apresentaram, em que eu não estava trabalhando e poderia tê-los visto, eu estava em Miami conferindo essa outra artista no palco… como diria os Rolling Stones, “you can’t always get what you want”). “Monster Ball” é tudo: longo, completo, generoso, colorido, coreografado, espontâneo, íntimo e “mega”, histriônico e sussurrante, digno da artista com quem eu havia conversado apenas algumas horas antes – e que passei a admirar ainda mais (como se eu já não fosse fã…). É um show que, infelizmente, não vai passar pelo Brasil – essa turnê termina agora no início de maio, na Cidade do México. Mas em 2012 ela me jurou que vem! E eu tenho certeza de que o que vamos conferir então é uma artista ainda mais dona de seu pedaço, se desdobrando para os fãs, e certa de que ainda tem muita música para oferecer.
Foi então que, não sem demonstrar uma certa resistência, a assessora direta dela perguntou se eu queria ouvir sua nova música, “Judas”. Isso, claro, foi antes de a canção vazar na internet, na última sexta-feira – e o mistério em torno dessa segunda faixa do novo álbum de Gaga, “Born This Way” era grande. Eu estava tão ansioso – não apenas para ouvir a música, mas também para entrevistá-la, que dei um pulo de onde estava sentado, e quase sem pensar agarrei o iTouch que tinha só uma coisa em sua memória multigiga: “Judas”.
Ouvi ávido – e quando a faixa terminou, no lugar de perguntar se eu tinha gostado, a tal assistente disse simplesmente: “Eu sei que você gostou”. Fiquei um pouco perplexo, porque, apesar de todo o entusiasmo, não dei muita indicação de que havia aprovado a música – tipo, não saí dançando com os fones de ouvido… Acho que estava sorrindo de leve, mas um sorriso que poderia ser interpretado quase que como um gesto de educação. Como então ela podia ter certeza de que eu havia gostado tanto? – eu perguntei.
Resposta: “You got goose bumps – you cannot fake it”. Em português: “Você ficou arrepiado – não tem como fingir isso”. Ela tinha razão! Desde os primeiros acordes da música, ou melhor, desde que ela entra com variações sobre o nome “Judas” – num recurso vocal que lembra de longe sua própria “Bad Romance” –, eu sabia que estava diante de mais um sucesso monstruoso! Menos de 48 horas depois desse episódio, o mundo inteiro já dançava ao som do refrão “Oh oh oh oh oh I’m in love with Judas”! E o resto é história.
Porém, mesmo depois de toda essa comoção, eu ainda esperei mais um bocado pela entrada (de fato) triunfal de Gaga no quarto da suíte. Quase três horas então depois do que estava marcado, ela chega vestida de prata, com um cabelo preso (de onde brotava um proeminente tufo loiro), maquiagem bastante pesada (como de hábito), especialmente pelos dois traços pretos que riscavam seus olhos, e um perfume que tomou conta do espaçoso ambiente em questão de segundos. Mas isso tudo eu só reparei depois de uns dois minutos olhando para ela – isso porque, de início, no momento em que ela entrou no recinto, a única coisa que sequestrou minha atenção era “aquilo” que ela tinha nos ombros.
“Aquilo” era uma protuberância que saía da ponta de seus braços, como um membro alienígena. Pense nas orelhas do Dr. Spock – do clássico seriado de TV “Jornadas nas estrelas”. Agora imagine aquilo saindo do ombro de uma pessoa. Era meio impressionante… Na (longa) conversa que tive com o pessoal da gravadora enquanto Gaga não chegava, alguém havia comentado que, só de maquiagem, eles tinham pago 12 mil dólares (por extenso, para não haver dúvidas: doze mil dólares!) para ela se preparar para a entrevista. Achei meio exagerado – mas quando vi ela chegando com “aquilo”, tudo fez sentido…
E esse não era o único – como posso chamar? – “aplique corporal” que ela tinha. Nas maçãs do rosto, ela ainda “usava” dois outros “relevos” que eram como pequenas lombadas em suas bochechas. O resultado era sensacional – mas para mim, que estava ali preocupado em fazer uma boa entrevista com ela para o “Fantástico”, o efeito geral foi um pouco perturbador.
Por sorte, depois de me cumprimentar com muita simpatia – dizendo inclusive que se lembrava de mim, da primeira vez em que conversamos (eu sempre desconfio quando um artista que já entrevistei fala isso para mim… será que ele ou ela lembra mesmo ou é apenas uma informação que o agente de imprensa desse artista passou para ela, como uma estratégia para agradar o jornalista que “veio de tão longe”?), enfim depois de me deixar bastante à vontade, ela pediu licença para se recompor (“freshen up”, foi a expressão que ela usou). Não entendi nada, pois achei que ela já estava prontíssima para a entrevista – mas aparentemente, ela ainda precisava de alguns retoques…
Livre finalmente da ansiedade, relaxei em frente à minha câmera (ela, claro, tinha uma exclusiva também) – e não tive que esperar nem cinco minutos (uma fração do tempo que já havia passado naquela suíte) para ter finalmente o prazer de conversar com Lady Gaga. E que prazer!
Estar ao lado dela não era exatamente uma novidade. Mas eu diria que aquele primeiro encontro, há um ano e meio, em Nova York, foi meio tímido. Ela vinha de uma série brutal de entrevistas (aquilo que, no “show business” chamamos de “junket”), e parecia cansada. Desta vez, ela tinha menos entrevistas para dar – e eu era o apenas o segundo jornalista que ela encontrava naquele dia! Sorte minha – porque ela “soltou o verbo”!
Não quero adiantar muita coisa – afinal, você vai conferir os melhores momento desse encontro em breve, no “Fantástico”. Mas o que eu posso dividir com você é que, mais uma vez, eu tive certeza de que estava diante de uma artista “de verdade”. E o que é isso? Bem, em vários momentos da existência deste blog eu já disse que, para mim, existem dois tipos de artista: aquelas com “A” (maiúsculo mesmo) e os outros com “a”. A diferença é simples: um se preocupa com sua arte – e o outro simplesmente sai fazendo o que é melhor para ter sucesso (e ganhar muito dinheiro). Preciso falar a qual grupo Lady Gaga pertence?
Esse aspecto “genuíno” da sua arte se manifesta de várias maneiras. Primeiro, nas pessoas que a cercam – a maioria delas, amigos e artistas com quem ela já circulava desde os tempos em que não era nada famosa, uma nota pé no circuito alternativo de Nova York. Certa de que eles são sua verdadeira fonte de inspiração criativa, ela sabiamente manteve todo mundo bem pertinho… Depois, tem a paixão com a qual ela fala de seu trabalho – de sua música. Para mim – a essa altura, com décadas de experiência em entrevista celebridades (sobretudo do universo do rock n’roll), é muito fácil detectar quem tem um discurso original – e geralmente apaixonado – sobre sua obra, e quem está apenas repetindo um release que aprendeu no seu “treinamento de mídia” (uma espécie de rito de passagem para qualquer artista contemporâneo). E novamente pergunto: preciso dizer a qual grupo Lady Gaga pertence?
A entrevista estava prevista para durar aqueles dez minutos protocolares – um padrão nesses encontros. Mas de repente, antes que um de seus assistentes assinalasse com os braços que meu tempo já estava terminando, ela diz algo como: “Estou gostando dessa conversa, vamos em frente” – e pronto: eu tinha um passe livre para continuar o bate papo! E aí que as coisas começaram a ficar realmente interessantes…
Ela começou a comentar seu novo álbum, faixa por faixa – começando por “Judas”. A letra – como qualquer fã dedicado já pode conferir na internet – é bastante provocadora. “Jesus é minha virtude, mas Judas é o demônio ao qual eu me agarro”, diz um de seus “inocentes” versos. Segundo ela, a cutucada é explícita: “Eu cresci numa formação católica onde eu não tinha uma figura forte feminina para quem rezar – a igreja sempre me pareceu um ‘clube de meninos’ e eu me incomodava com aquilo”. E seu protesto seguiu coerente, assinando com a revelação da “surpresa” que ela vai fazer no vídeo da música: Lady Gaga aparecerá de Maria Madalena!
Apenas mais uma estratégia para chocar – para chamar a atenção? Talvez. Mas, como tudo em Lady Gaga, ela não teria criado isso se não existisse uma honestidade pessoal – se ela não tivesse passado mesmo por esses questionamentos na sua criação religiosa. Cada faixa de “Born This Way”, me garantiu ela, tem essa profundidade. E para provar isso, Gaga citou outra música – sua favorita “do dia” (seu gosto, como ela me explicou, muda a toda hora): “Hair”. Essa canção tem a ver com o tempo em que ela estudava num colégio onde era obrigada a usar uniforme – algo que ela achava extremamente repressor. Sua única maneira de manifestar individualidade era através do cabelo. Como não havia regras para o penteado, ela aparecia cada semana com um mais enlouquecido que o outro – e driblava assim o esquema rígido na sala de aula.
“São de experiências pessoais assim que o disco é feito”, garante ela. “Nos meus dois primeiros trabalhos, eu estava olhando o ‘monstro da fama’ de longe, mas agora eu estou dentro dele – e a única maneira de dominar essa fera é buscando dentro de você histórias verdadeiras”, foi seu complemento quase no final da conversa (que já chegava a quase 20 minutos!). Eu queria mais, como sempre, mas, de tão encantado que estava, já me dava por muito satisfeito! (Quando você vir a entrevista no “Fantástico”, vai entender ainda melhor o que eu quero dizer…).
E depois disso, ainda teve o show – que foi, de fato, um dos melhores a que eu já assisti. (Em tempo, para quem me cobrou – e com razão – um comentário sobre a fulgurante passagem recente do U2 pelo Brasil, a explicação para meu silêncio é justamente essa: enquanto a banda tocava seu show extra naquela quarta-feira, a única noite, entre as que eles se apresentaram, em que eu não estava trabalhando e poderia tê-los visto, eu estava em Miami conferindo essa outra artista no palco… como diria os Rolling Stones, “you can’t always get what you want”). “Monster Ball” é tudo: longo, completo, generoso, colorido, coreografado, espontâneo, íntimo e “mega”, histriônico e sussurrante, digno da artista com quem eu havia conversado apenas algumas horas antes – e que passei a admirar ainda mais (como se eu já não fosse fã…). É um show que, infelizmente, não vai passar pelo Brasil – essa turnê termina agora no início de maio, na Cidade do México. Mas em 2012 ela me jurou que vem! E eu tenho certeza de que o que vamos conferir então é uma artista ainda mais dona de seu pedaço, se desdobrando para os fãs, e certa de que ainda tem muita música para oferecer.
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